A dimeticona é um dos óleos de silicone mais utilizados na indústria cosmética. Embora esteja presente em inúmeros produtos de cuidados pessoais, tem sido alvo de críticas crescentes. Mas será que este aditivo é realmente prejudicial para a pele, a saúde e o ambiente?
A dimeticona é prejudicial? Uma visão geral
As dimeticonas são silicones sintéticos utilizados em produtos cosméticos, como champôs, cremes, maquilhagem ou condicionadores. Nas listas de ingredientes, também podem ser encontradas sob nomes como dimetilpolissiloxano ou polidimetilsiloxano.
- Os silicones, como a dimeticona, formam uma fina película sobre a pele ou o cabelo. Isso cria um efeito suavizante e brilhante. A pele fica mais macia e o cabelo mais sedoso e fácil de pentear.
- Do ponto de vista da saúde, a dimeticona é considerada segura. São bem tolerados, geralmente não provocam reações alérgicas e são frequentemente utilizados em produtos para cuidados da pele sensível.
- Para a indústria, eles têm vantagens claras: são baratos de produzir, têm longa durabilidade e garantem uma composição estável em muitos produtos.
- No entanto, o impacto ambiental é muito mais grave: as dimeticonas são dificilmente biodegradáveis. Quando chegam às águas residuais, muitas estações de tratamento de águas residuais não conseguem filtrá-las adequadamente. Desta forma, chegam ao solo, aos rios e, a longo prazo, podem mesmo chegar às águas subterrâneas e potáveis.
Efeitos das dimeticonas no ser humano e no ambiente
Embora as dimeticonas sejam consideradas inofensivas para a saúde, podem ter efeitos negativos no ambiente e, consequentemente, também na saúde. Afinal, o plástico é um dos maiores problemas ambientais da atualidade.
- Atualmente, não há evidências científicas conclusivas de que a dimeticona na água potável seja diretamente prejudicial à saúde humana. No entanto, existem preocupações legítimas em relação ao meio ambiente e à saúde.
- A dimeticona não é solúvel em água e é dificilmente biodegradável, pelo que pode acumular-se a longo prazo no solo e na água. Os resíduos de silicone podem entrar na cadeia alimentar de forma indireta, por exemplo, através de plantas ou animais, o que também pode afetar os seres humanos.
- Embora a dimeticona e outras silicones não sejam tecnicamente consideradas partículas microplásticas clássicas, são frequentemente associadas a elas devido à sua origem sintética e baixa degradabilidade. Organizações ambientais exigem regulamentações e mais transparência na rotulagem desses ingredientes. Também é possível identificar produtos com ingredientes questionáveis usando um aplicativo de microplásticos.
- Além disso: a dimeticona não penetra na pele ou no cabelo, mas forma uma barreira protetora. No entanto, algumas pessoas relatam poros entupidos, cabelos com aspecto oleoso ou uma sensação de pele «empastada», por exemplo, com a aplicação frequente ou em grandes áreas. A película protetora pode dificultar a penetração de ingredientes ativos nutritivos.
Alternativas mais ecológicas e rotulagem
Se quiser evitar a dimeticona, pode ter em conta os seguintes aspetos:
- A dimeticona não é permitida em cosméticos naturais certificados, como cremes hidratantes com certificação biológica. Em vez disso, os fabricantes apostam em alternativas vegetais, por exemplo, à base de óleos vegetais, ceras ou amido.
- Além disso, muitas marcas de cosméticos convencionais já declaram se os seus produtos contêm silicones. Estão a surgir cada vez mais linhas de produtos sem silicones, que são especificamente promovidos como opções mais ecológicas.
- Uma dica: ingredientes que terminam em -cone, -conol ou -siloxano quase sempre indicam a presença de silicones. Quem quiser evitá-los deve procurar especificamente por essas terminações na embalagem.
- Cada vez mais pessoas têm uma visão crítica em relação a ingredientes sintéticos, como dimeticonas, e preferem produtos com componentes naturais e ecológicos, como champôs sem silicones. Esta tendência reflete-se na crescente procura por cosméticos «clean beauty», que enfatizam a naturalidade, a transparência e a sustentabilidade.